A educação a distância (EAD) é um segmento que tem apresentado crescimento expressivo no Brasil ao longo dos últimos anos.
Atualmente, mais de 15% das matrículas em cursos de graduação pertencem a essa modalidade e a oferta de cursos cresceu cerca de 24 vezes em apenas 11 anos.
Além disso, estima-se que estudar a distância pode sair até 60% mais barato do que presencialmente.
Todos esses dados são do último Censo da Educação levantado e divulgado.
No entanto, mesmo diante desse quadro, ainda existem falhas no método de ensino adotado pela maior parte das instituições que trabalham com EAD, que não aproveitam completamente o potencial da tecnologia.
Isso não é necessariamente um erro, por estarmos falando de algo ainda relativamente novo, que pode e será aprimorado.
Um ambiente virtual de aprendizagem, que funciona como suporte para a EAD, não pode apenas querer reproduzir uma sala de aula física, ou, pior do que isso: tentar estabelecer uma comunicação unilateral, em que o professor fala e o aluno escuta, como se esse último fosse uma folha em branco esperando ser preenchida.
A internet possibilita muito mais do que isso!
Uma das maiores características da rede é a interatividade, portanto, ela deve estar presente na educação a distância.
A chamada “educação bancária”, que funciona justamente com a imposição do conhecimento ao invés do compartilhamento, já tem sido criticada mesmo no método de ensino presencial, que é mais tradicional.
Logo, na educação a distância, ela também não tem mais espaço.
Quando o assunto é aproveitar melhor o potencial da EAD, os professores não podem apenas enviar conteúdo (por meio de videoaulas, slides, arquivos em PDF) e aplicar a avaliação.
As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, chamadas por estudiosos de TDICs, têm atuado na reformulação da EAD, justamente nesse sentido, viabilizando uma abordagem chamada de “estar junto virtual”, ou learning network.
Nessa perspectiva, a internet deve ser um espaço de diálogo dos alunos com os professores e alunos entre si, de modo que o aprendizado se complemente.
Além disso, as TDICs também permitem que o potencial do ensino a distância seja aproveitado de outras maneiras: é possível utilizar softwares para simular fenômenos, por exemplo, fazendo que o conhecimento não seja apenas teórico, mas também observado na prática, ainda que o aluno esteja em sua casa assistindo às aulas.
Essa mesma tecnologia permite a criação de narrativas virtuais e o “contar histórias” pode ser muito proveitoso quando tem fins educativos.
Estudos já demonstraram que ao assistir a uma história, com começo, meio e fim e personagens, várias áreas do cérebro são ativadas, fazendo com que a concentração do receptor seja maior, assim como a memorização daquele conteúdo.
Diante disso, pode-se dizer que a EAD é uma grande tendência no setor de ensino, abrindo as portas do ensino superior para muitos alunos.
No entanto, em termos de estrutura e tecnologia, ela ainda pode (e provavelmente será) melhor explorada com o passar do tempo, para que a experiência tanto dos alunos quanto dos professores possa ser ainda mais enriquecedora.